No último sábado (20), vários dos principais aeroportos da Europa, incluindo Bruxelas, Berlim e Heathrow, em Londres, enfrentaram atrasos e cancelamentos de voos após um ataque cibernético atingir um provedor de sistemas de check-in.
O alvo foi a Collins Aerospace, subsidiária da americana RTX Corp., responsável pelo software MUSE, usado por companhias aéreas em todo o mundo para autoatendimento, emissão de cartões de embarque e despacho de bagagens.
“Tomamos conhecimento de uma interrupção cibernética em nosso software MUSE em determinados aeroportos”,
afirmou a empresa em comunicado oficial, acrescentando que o impacto foi limitado e pôde ser parcialmente contornado com operações manuais de check-in e despacho de bagagem.
Tomamos conhecimento de uma interrupção cibernética em nosso software MUSE em determinados aeroportos", afirmou a empresa em comunicado oficial, acrescentando que o impacto foi limitado e pôde ser parcialmente contornado com operações manuais de check-in e despacho de bagagem.
Aeroportos Impactados
O aeroporto de Bruxelas confirmou que o ataque ocorreu na noite de sexta-feira e resultou no cancelamento de cerca de 20% das decolagens programadas para o domingo. Em Londres, o aeroporto de Heathrow, o mais movimentado da capital inglesa, também alertou para atrasos que poderiam comprometer sua operação ao longo do dia.
Embora o ataque não tenha comprometido a segurança de voo, os impactos foram sentidos por milhares de passageiros que enfrentaram longas filas e mudanças de horários.
Tendência Global de Ataques
O episódio se soma a uma onda crescente de ataques cibernéticos contra setores estratégicos ao redor do mundo. Empresas dos ramos de saúde, defesa, varejo e automotivo também têm sido alvo de criminosos digitais.
Recentemente, a Jaguar Land Rover foi obrigada a suspender sua produção após um ataque similar, e o varejista britânico Marks & Spencer relatou que uma invasão cibernética chegou a eliminar quase um terço de seus lucros anuais.
Segundo Charlotte Wilson, chefe corporativa da empresa de segurança cibernética Check Point, o setor de aviação é um alvo prioritário para esse tipo de crime.
Esses ataques frequentemente atingem a cadeia de suprimentos, explorando plataformas de terceiros usadas por diversas companhias aéreas e aeroportos simultaneamente. Quando um fornecedor é comprometido, o efeito cascata pode ser imediato e de longo alcance, explica.
Conclusão
O incidente reforça o alerta para a vulnerabilidade de sistemas críticos e a necessidade de maior investimento em cibersegurança na aviação, um setor que depende fortemente de plataformas digitais interconectadas. Especialistas alertam que, sem medidas preventivas robustas, episódios como esse tendem a se repetir, causando impacto direto em passageiros e operações globais.