CEO da Rimini aposta na extinção dos ERPs com avanço da IA

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O CEO da Rimini Street, Seth Ravin, fez uma declaração ousada durante sua visita ao novo escritório da Rimini Street em São Paulo: os sistemas ERP, como conhecemos hoje, deixarão de existir nos próximos dez anos.

Segundo Ravin, o avanço da inteligência artificial está transformando profundamente a forma como as empresas gerenciam suas operações. “Estamos caminhando para um cenário onde os ERPs deixarão de ser grandes pacotes de software. Em vez disso, se tornarão um conjunto de processos integrados, conectados por APIs e orquestrados por agentes de IA”, afirmou.

Para Ravin, a inteligência artificial está se posicionando como uma nova camada no ecossistema de tecnologia das empresas. Ela atuará acima de sistemas como SAP e Oracle, automatizando fluxos de trabalho e eliminando complexidades desnecessárias.

“O papel da TI será cada vez mais o de orquestrar soluções inteligentes. Antes, CIOs cuidavam dos bastidores, garantindo o funcionamento dos sistemas. Agora, precisam mostrar ao conselho como a IA pode impactar os resultados do negócio”, reforçou Eric Helmer, CTO da Rimini.

Parceria com a ServiceNow e case brasileiro

Em outubro de 2024, a Rimini Street anunciou uma parceria estratégica com a ServiceNow, plataforma de automação de fluxos de trabalho, como parte da preparação para o cenário de transformação impulsionado pela inteligência artificial. O objetivo da aliança é oferecer uma alternativa às empresas que buscam reduzir os custos de manutenção de seus sistemas de ERP e, ao mesmo tempo, abrir espaço para inovação com soluções baseadas em IA.

O Brasil serviu como laboratório dessa colaboração. Em maio deste ano, a Apsen Farmacêutica, indústria paulistana de medicamentos, adotou a solução conjunta das companhias para automatizar seus fluxos de trabalho, tornando-se o primeiro case global da parceria.

Com o projeto, a Apsen optou por permanecer no SAP ECC 6, cuja descontinuação do suporte está prevista até 2030. Os recursos que seriam investidos na migração para o S/4HANA foram redirecionados para novas iniciativas com a ServiceNow. Segundo a empresa, a iniciativa já proporcionou ganhos de eficiência de 70% em processos que antes exigiam intervenção humana.

“Esse projeto já virou vitrine para nós”, comentou Seth Ravin.

Brasil como polo estratégico da Rimini

O Brasil é visto como um mercado estratégico para a Rimini Street, tanto pelas oportunidades de negócios quanto pela capacidade técnica local. A empresa já opera um dos seus três Centros de Capacidades Globais (GCC) em São Paulo, junto com Índia e Malásia.

Sob a liderança de Eduardo Borba (ex-SAP e Sonda), a empresa planeja expandir sua equipe de 200 para mil engenheiros até 2027, e já avalia abrir pequenos escritórios em outras regiões do país para aproveitar talentos locais.

A chegada da reforma tributária brasileira também cria novas demandas. Segundo Ravin, os atuais ERPs não estão preparados para lidar com múltiplos regimes fiscais, e a expertise da Rimini nessa área vem atraindo empresas que buscam se preparar para o novo cenário.

“Há muita complexidade prevista para os próximos anos. Estamos prontos para ajudar nossos clientes a enfrentarem essa transição”, concluiu Ravin.

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Uma resposta

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